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mudei a forma como me

grafo

o som não se altera

a boca nada e falha

o suspiro me espera.


sei que ainda sonho

porque meus sonhos

não dormem

mas

o que faz a mão cansada?

tudo ou nada

um pouco

de

cada

vez.


me infinito tanto

que o desejo é

quase como ver(ter).

e o sonho é tampar os olhos

e dar ao corpo sua dimensão mais sensível de experimentar uma frase longa e estreita sem cair nos sons arranhados.


seduzo na mesma proporção que me desfaço

e desapareço tão bem, que me espanto.

nada nunca foi fácil

mas parece que menos pensamento

ajuda

a agilizar

todas essas

rugas do

rosto.


todo esse gosto

por

fuga.






e me parece

assim de

longe

que

deixar de fugir

é finalmente

chegar.


o irevir

é um virasser

e

naquele sonho

febril

compartilhado entremundos

a figura que sonha dava a figura sonhada

seus atos de saber

fatos que não se desintegram diante do tempo

que não existem nem em pensamento.


eis aqui a busca:

ser conhecido por aqueles que posso ver.

ser lido por aqueles que sei o nome.

não estar preparado.

abrir mão do controle.

não ansiar olhares.

não prosperar elogios.

não mentir.

ser mais como cão.


tudo vai passar.

o gosto vai passar.

tudo vai passar.

o rosto vai passar.


passar a tarde toda apenas cantado

um canção tikmũ'ũn:


as minhocas

com suas cabeças brancas

como ficam belas deitadas...

havia um centro

no close

da via

dos comuns


ranchosa era a brisa

e lembrava uma fazenda imaginária

na beira do cheiramar.


o cubículo corredoriço

dilatava o que se expandia

e a vontade de girar dançando

luzamarela

cresce.


quebro a rima

porque a quero.

fujo do que quero

porque preciso.

e preciso querer

para conseguir

fugir.


prometeu encontra sísifo e os dois compartilham

a mesma dose de close.


a mesma dose de poder

:

de perto

ou fechado.


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