PROCURA-SE
intervenção urbana
Em um Brasil onde a arte está sendo ameaçada e censurada, nasceu a série Procura-se. Cartazes de artistas sendo procurados/as por cometerem ARTE.
Descrição:
O projeto prevê o mapeamento de artistas de diversos segmentos para a elaboração dos cartazes trazendo a sensação de que esses artistas estão sendo caçados, procurados, foragidos, exilados. Pedro Duarte é responsável pelas fotos em conjunto com os próprios artistas. E Caio Ribeiro, fica a cargo da elaboração dos cartazes e da coordenação das ações de colagem. E para a primeira grande ação, o coletivo fez uma parceria com a Revista Literária Pixé para a criação de uma série de lambe-lambes com escritores e escritoras de Mato Grosso.
O coletivo coma A Fronteira acredita na ideia de fazer junto. Do trabalho em coletivo que afeta a coletividade. Neste sentido, foi feita uma postagem nas redes sociais recrutando pessoas para esta ação. E como um dos pilares do Coletivo é trabalhar com formação, foi organizada uma oficina de Lambe-lambe, para que todas as pessoas pudessem participar, mesmo que nunca tivessem colado um lambe-lambe ou trabalhado com isso. A oficina aconteceu no dia 18/09 no Instituto de Linguagens da UFMT, as 09h da manhã.
O Coletivo também elaborou um material básico para iniciar a colagem de lambe-lambes para as pessoas que fizeram a oficina e se transformaram na equipe de colagem. O material segue disponível livremente nas redes sociais do coletivo para que qualquer pessoa também possa começar a lamber a cidade.
A ação aconteceu nos dias 18, 19 e 20 no centro de Cuiabá e UFMT e englobou mais de 20 pessoas, entre a equipe de colagem e a equipe audiovisual. Horários de manhã e à noite, grupos de colagem divididos entre as ruas da cidade. Toda ação foi documentado pela SALVE FILMES, que vai transformar em um documentário com a participação de Luiz Marchetti no elenco.
O trabalho produziu diversas sensações. O que mais intrigou foi que os cartazes eram lidos no sentido literal e a população que interagia durante a colagem perguntava quem eram os bandidos e até diziam que se encontrassem algum iriam "levar para passear no portão do inferno". Sob qual efeito nossa população está entorpecida que os cartazes absurdos de artistas "criminosos" foi lido literalmente? Por que aquilo que deveria ser absurdo foi lido como aceitável? Qual o contexto em que estamos inseridos que esta barbárie se torna razoável?
Ficha Técnica:
Realização: Coletivo Coma A Fronteira
Apoio: Revista Literária Pixé, Salve Filmes & Theatro Fúria
Equipe de colagem:
Carla Renck, Bruna Correa, Beatiz Correa, Carolina Argenta, Péricles Anarckos ,Maria Eduarda Rocha, Edilaine Duarte, Caio Ribeiro,Pedro Duarte, Paulo Rodrigues e Talina Yasmin
Equipe audiovisual:
SALVE FILMES, João Pedro Régis, Sophia Cardoso, Jorge Queiroz, Pedro Coelho, Gabriel Soares, Luiz Marchetti
DESDOBRAMENTOS:
Devido a grande repercussão do trabalho, a mídia local noticiou por diversos momentos os cartazes, dividindo opiniões entre aqueles que achavam uma atitude de vandalismo, aqueles que acreditaram que era verdade e aqueles que compreenderam que se tratava de uma intervenção urbana. Assim, também foi feita uma série de cartões postais com o rosto dos escritores, afim de "postar" ainda mais os artistas procurados.