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rua gal. costa

O menino que mordeu o primo por não conseguir imitar um tigre


A mãe que se escondeu na lavanderia pra ficar em silêncio


O homem que mentiu sobra a idade pra conseguir um emprego


O gato que comeu lixo porque adora atum


A menina que escreveu um poema para uma inimiga


O jovem que atravessou a chuva pra pegar um ônibus


A senhora que prevê o futuro em folhas de alface


A mulher que colecionava namorados


O homem que pulava de prédios


O cão que dorme no pano de chão


Tudo e todos se cruzaram ao menos uma vez na esquina daquela rua com nome de general e cada imagem que eram é agora imaginação na cabeça dos que viram


A menina que colecionada namorados, por exemplo, cogita um romance com o homem que pulava de prédios, mas talvez não haverá tempo, alerta a senhora que prevê o futuro em folhas de alface. A mãe que se escondeu na lavanderia para ficar em silêncio comprou o jantar de um homem que mentiu a idade para conseguir um emprego, mas foi o gato que saboreou as sobras. O cachorro do jovem que atravessou a chuva para pegar um ônibus deita ao lado da casa da menina que escreveu um poema para a inimiga, que é mãe do menino que mordeu o primo por não conseguir imitar um tigre.


E o que isso significa?


Nada.

Não significa nada.

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