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fortaleza III

Caio Ribeiro

mudei a forma como me

grafo

o som não se altera

a boca nada e falha

o suspiro me espera.


sei que ainda sonho

porque meus sonhos

não dormem

mas

o que faz a mão cansada?

tudo ou nada

um pouco

de

cada

vez.


me infinito tanto

que o desejo é

quase como ver(ter).

e o sonho é tampar os olhos

e dar ao corpo sua dimensão mais sensível de experimentar uma frase longa e estreita sem cair nos sons arranhados.


seduzo na mesma proporção que me desfaço

e desapareço tão bem, que me espanto.

nada nunca foi fácil

mas parece que menos pensamento

ajuda

a agilizar

todas essas

rugas do

rosto.


todo esse gosto

por

fuga.






e me parece

assim de

longe

que

deixar de fugir

é finalmente

chegar.


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© 2023 por Caio Ribeiro

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