fera antiga
- Caio Ribeiro
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- 7 de mai. de 2021
- 1 min de leitura
fera antiga
te olho
com punhal
teu pelo
laminado de
suor-cristal
não conte
mais com
minhas oferendas
sabáticas
nem com
minha devoção
diária
tenho como oferta
a escassez
e a precisão
de minha raiva,
espera,
fera
que numa hora dessas
te escalpo
num
tapete esfera
e te piso
e despeço
de sua carente carícia
me quero longe
hoje te dou
lágrima
amanhã,
fome.
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