deixo morrer plantas
imagino casas azuis
penso qual desastre natural eu conseguiria sobreviver
desmarco compromissos importantes
desmarco compromissos sem importância
não varro as folhas do quintal
não bato os tapetes- eu nem sequer os piso
convido mil pessoas para um beijo
esqueço de fazer almoço
começo um livro que nunca será terminado
escrevo minha última carta
apago minha última carta por vergonha
ando pelos quadros na parede
quebro a rotina de cuidados com a pele
não escovo os dentes
estrangulo o relógio da cozinha
grito com a pia cheia de pratos
ignoro a Pagu
sinto vontade de me desenhar por dentro - não consigo e sinto raiva
ouço música não recomendada
busco mais absurdo e lâminas
é segunda
e ainda são 10:12
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