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LAPEX se trata de um Laboratório de Poéticas Experimentais. A proposta é criar experimentações poéticas e fotográficas. Tudo coletivamente! Caio Ribeiro e Henrique Santian vão compartilhar experiências técnicas que vem desenvolvendo ao longo dos seus trabalhos, para que cada participante possa desenvolver uma ideia - individual ou coletiva. É o encontro da Poesia com a Fotografia.


É grátis!

LIMITE DE PARTICIPANTES: 22 pessoas (acima de 14 anos)

LOCAL: LABORATÓRIO DA PALAVRA, sesc arsenal. DATAS:13 DE MARÇO DE 2020 - 18H ÀS 21H 14 DE MARÇO DE 2020 - 09H ÀS 11H - 13H ÀS 16H 20 DE MARÇO DE 2020 - 18H ÀS 21H 21 DE MARÇO DE 2020 - 09H ÀS 11H - 13H ÀS 16H




Onde nasceu LAPEX?


Em 2009 apresentei minha primeira peça de teatro no colégio Sagrado Coração de Jesus, em Rondonópolis. Quem coordenou tudo foi o Professor Marcelo Borghi, o professor que colocava Raul Seixas pra tocar nas aulas. Lembro muito bem de como ele nos provocava. Colocava situações imaginativas, desenhava, cantava, encenava - colocava lenha na fogueira da criatividade. Essas memórias de experimentação me acompanham até hoje, estão incorporadas em mim. Meus trabalhos artísticos acompanham esta curiosidade sempre jovem - um jeito que explora as coisas como quem tenta descobrir novas possibilidades de se conectar ou de se relacionar com aquilo que tem nas mãos.


Quando fomos pensar o Laboratório de Poéticas Experimentais, Henrique Santian e eu nos colocamos neste lugar. A gente primeiro experimentou. Deixamos que nossas experiências se encontrassem e uma cativasse a outra. Foi em Chapada, dois dias de imersão. O corpo-poema encontrou a foto.

Foto de Henrique Santian / Poema-corpo de Caio Ribeiro

Naquele momento, sentimos que algo aconteceu. Além da sensação elétrica de criação, havia uma certa maturidade de espera. De encontrar o ponto ideal. Do corpo buscar o gesto; da lente buscar a luz. Os movimentos estavam se sincronizando - criando o tempo do próprio encontro. As relações surgiam e encontravam lugares nos nossos corpos. Alfabetos eram armado nos meus músculos e me guiavam com gestos. Os olhos pictóricos de Santian buscavam na lente o recorte. Ele criava o quadro.


O LAPEX nasceu ali. Na vontade de transformar estas experiências - e experiânsias - em um processo criativo de experimentação constante. Não estamos criando nada novo, mas estamos nos colocando cada vez mais nisto. Nossa outra experimentação foi durante a semana de formação do Coletivo Coma A Fronteira, que aconteceu em Janeiro de 2020. Ali, as sensações que antes estavam no território da descoberta, se transformaram num conhecimento fluido, que nos dava uma certa certeza do que estávamos fazendo e, a melhor parte, recebiam com mais confiança as próximas incertezas.

Foto de Henrique Santian / Corpoema de Caio Ribeiro

Hoje, o LAPEX se transformou num projeto real. Elaboramos metodologias, criamos um material próprio e conseguimos transformar aquela maneira de produzir em algo palpável. E decidimos compartilhar isso com mais pessoas. O nosso projeto foi apoiado pelo Laboratório da Palavra, no Sesc Arsenal. É lá que vamos experimentar este encontro fotopoemático. Vai ser uma alegria imensa construir isso coletivamente! E já aproveito para adiantar que o resultado do primeiro LAPEX vai se transformar numa exposição de Fotopoemas! Cada participante terá direito a impressão de seu experimento em Fine Art.


Então, corre pra fazer a sua inscrição!


I. O círculo completa a solidão

II.

Partir a solidão no meio

Dar as duas metades Suas solitárias companhias

Dar a suas companhias duas solitárias metades

III. O gosto sólido de esqueleto de nuvem jovem linda e só/lida Solidão



IV. Solidão-te Solidoam

V. A materialidade sem peso deste apanhado de faltas/falhas doa uma fome de lados Fuzilados: esses vagos espaços que ninguém com/segue preencher.


VI. Nossa solidão nos une como sombra mas não melhora em nada a nossa falta de companhia.

VII. A solidão dobra o tempo e o quebra no contorno de uma Sórdida sede de sentir e ver os vastos vícios de quem tenta dormir.

VIII. POEMA CENSURADO

IX. Solidão oceânica que traz uma constante falta de sede. – é preciso beber até o sal dos dedos.

X . Uma área vazia hospeda sempre a possibilidade de coisas

Uma área cheia hospeda sempre a solidão das coisas.

XI. Só lida solidão: Vasto espaço raso e

sem alguém: rasgue-se em cem.


XII. Pesa essa lentidão – o lábio tenta beijar o horizonte a boca, não.

Estudo feito para a 3ª edição da revista Carnavalhame, 2019. Para ler lá na revista, clique aqui.

a vida não acontece como marcado na agenda

é mais complexa que um calendário não pode ser medida por escritórios nem contada por salários.

a vida não é apenas como marcada nos seus horários


a vida é é desmedida

e

nós estamos

sempre

enganados.

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