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prezo

por

descapturar o

instante

e destituir

da dinastia do agora

suas matérias mais simbólicas.


o poema

como moldura

a estrutura

o sustento


um cento de palavras

e um cesto de versos

não definem


definham.


desatuar o estabelecido

e olhar para

o desvio


] é lá que vive

o mais sublime

desatino [


desate

deserte

desvá

no sonho

as escalas

eram

diabólicas


antenas

transmitiam

as glórias

de todos os

azares

e os feitos

máximos

de todos os

fracassos


a pergunta

era a coisa mais preciosa

que um sábio

poderia ter - crianças

deslizavam pelo

tecido da eternidade

esbanjando sua

humilde sabedoria

tocando o mundo com

os dedos

dos pés


neste mesmo sonho

falavam outras

bocas

e eu era

uma das

outras

que ou(via)


a escala

da águia

feita de pedra

naquela estátua

tinha um roedor na boca

ao invés das

garras


e isso significava

que bicho

somos

nós.


no fim

marcelo diz


"papai,

o fantasma veio parar no esgoto"

se de todo

modo a

mão se

move


a vida se

morre


e o vão se

envolve


o buraco

absurdo de abstrato

pode ser lançado

pelo homem mais fraco.


se a esquina dobra

pra vida

e o horizonte se oculta

como pode

ver a culpa

no monte

que se

amplia?


não viro as

costas para

qualquer frente fria


deixo que me acerte em cheio

que me sangre o

narizpírito

e me faça rir


desbravar

é como

dobrar um

corte

com o grito


descortinamento

das retinas - um processo

para quem busca

invisão.


provavelmente

as provações de cristo

não foram as últimas

provas,

mas não há prontuário

que o

promova.


dói ver

porque

o olho puxa com força

pra dentro - e

lá dentro

nem sempre é

carnaval.


coragem pra

deixar a ferrugem

tomar

conta.


a fuligem é sempre a mesma

nesta época do

anônimo.


o eco

é a nossa

forma maior

e a menor

seria

sussurro?



o dia amanhece e segue interminável

até o seu

fim.


uma dinastia de

vinte e quatro

horas.



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