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os poetas

silenciosos

esses que vivem em

casas fora do tempo

e dormem em quartos



f l u t u a n t e s


esses poetas

que tem em letras

mistérios

gozosos

e que fazem do medo

um órgão


invisível



esses mesmos

poetas

que almejam a rua

que vivem a rua

que nascem na rua

esses



esses sim



esses sim


sentem


mas não mais

do que

ninguém.

sem pista

o mistério

desliza

por outras estradas

estranhas

entranhas

em que se arrasta

o que não caminha

o que não chega

e o que nunca

passa


sem pista

o mistério

se realiza

sem

ninguém

nem

saber

o sabor

.

aquele de cabelos

longos

bigode irregular cavando

idade no rosto miúdo


aquele não é mais visto

mas não é que fora trocado

pelos mullets

nem pela pele

nua

ou pelas novas

perscepções sobre os

sinônimos


um é o caminho que o outro segue

e está tudo aqui


em



paz


e em boa


solidão.


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