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o banho de

sono

processa os subjetivos

e amplia

o ônus de todas as

lacunas


preenche o frio

com imagem

e evoca o que o corpo pede

em sinapse


acordei

e a primeira lembrança

parecia ser de vinte oito anos

tempo que não vivi

rígido pelo frio

levanto com a imagem

da gargalhada de

meu filho

no meio da noite.


existem atos

que são amuletos


uma porção de letras

e nenhuma é a

minha


uma porção de sons

e eu só

reconheço alguns


o mundo

de dentro

de uma casa

ver pela tela

falar pela tela

não conseguir dizer adeus

para os que foram


uma floresta de símbolos

e não há

dicionário


um enigma

de códigos

e eu ali

no meio deste

sistema de

borrões


uma porção de

letras

e eu

deleto

a voz traz consigo

uma escada

e subo


escuto

mudo


degrau

letra

piso firme

nas tônicas

e capto todos

os

cantos

destes sonoros

alfabetos

abertos para

mim


queria ouvir uma voz - a sua -

e não ter que

imaginar

toda noite

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