um dia
parado
olhar
o reflexo
do mundo
na parte de trás dos
olhos
anotar tudo aquilo que
não sabemos
as vezes a grandeza é
pensar
pequeno
calcular com o
coração o
lado racional
da arte
e
o lado artístico
da
ciência
um dia
parado
olhar
o reflexo
do mundo
na parte de trás dos
olhos
anotar tudo aquilo que
não sabemos
as vezes a grandeza é
pensar
pequeno
calcular com o
coração o
lado racional
da arte
e
o lado artístico
da
ciência
nasceu lembrou de
Bowie Roads
aquele lugar distante -
promoções como fronteira
para o garoto que frequentou
o sul
e queria mais
anos gritando
e mal sabia
que a década de ouro
era a sua vizinha
Paula
seu pai o levou
em seis zonas
mas todas
pareciam tristes
ele mal sabia
que a década de ouro
era sua vizinha
Paula
nem sua mãe,
margarete era descendente
dos quarenta
e nunca entenderia
de poesia
no idioma liberal
floresceram seus
versos
quase trinta
anos
e nunca nem viu
uma flor crescer
sua casa era mais
pública que
o mundo
durante sua estranha
fama
e ele se esqueceu
de paula
deixou a tutela
de sua atmosfera
para alguém cuidar
Oh, meu querido
por que você fez isso?
você era vizinho da década
e essa sua filosófica falta
de atenção
está te destruindo
aos muitos
sonhava em ser
imortalizado num topo
onde ninguém pudesse chegar
isso é tão triste
para o garoto
que era vizinho
da década
de ouro.
agora todos os dias de sua
vida são
domingo
Sim. Uma revista independente de experimentalismos no centro geodésico da América del Sur. Por que o espanto?
Durante a quarentena do COVID-19 muita coisa vem sido repensada. O normal de antes nos trouxe até aqui. Vamos em busca de um novo normal? Não sabemos.
Como uma das ações do Coletivo Coma A Fronteira, decidimos criar um selo de publicações experimentais que possam circular digitalmente (por enquanto). Assim, nasceu em uma reunião não-presencial, a Revista Matapacos, feita inteiramente a seis mãos por Caio Ribeiro, Marcella Gaioto e Lucas Lemos. Estamos construindo sessões desviantes - que tentam fugir à curva do que já é cristalizado numa revista. Queremos aproveitar o tempo para experimentar e expandir. Pensamos também com carinho uma seleção de artistas para compor a revista, como GORA que ilustra a capa. Há também uma sessão dedicada a dramaturgia que estreia com um trecho da primeira peça do TheatroFúria. Clark Mangabeira nos presenteia com um ensaio sobre a quarentena dos corpos. Na galeria, tem obra do fantástico Henrique Santian e uma indicação musical na sessão "quer ver? escuta!". A sessão "Entre Vista" está uma bagunça - e quem organiza é você!
Não precisa fazer essa cara boba. Confia na gente. Abre a revista e vai ler o que tem aí. Separa uma playlist bem gostosa, sai do WhatsApp, passa aquele alquinho em gel nas mãos e vem!
A revista pode ser lida inteirinha neste neste link: https://bit.ly/2w4WD4S