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tão cão

quando

quero

te trago

à minha frente.


talvez seja essa

a essência da minha

verdade canina:

não preciso que minha geografia

esteja junto a sua

pra que eu possa

te ver.


aqui,

vejo teu corpo

e teu pêlo

ofereço um beijo

e aproveito

pra cravar

meus caninos

no centro do

seu peito.


enquanto me divirto com forasteiros

você busca os jesuítas.


te batizei cão

naquele dezembro

ao lado do mar

e desde então

te farejo longe

de onde

meu

eu

está.


quando quero

você está em

minha frente

lambendo feridas.

sei que vem de um lugar distante

e eu nunca o visitei,

mas sei o nome da tua mãe.


vai, cão

me entrega esta tua

pata viajante

tenho que apertar

minha garra

na tangente entre

indicador e polegar.


é como te lati

naquela praia

'não preciso mais te ver para saber o quanto te tenho aqui dentro de mim'

te envio uma centena de aviões insíveis com saudades escondidas. magias de proteção. saúde e







amor.



vai cão,

vai vagamundear e depois

se quiser e fizer

sentido

volte pra me

namorar.




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