I.
O círculo completa a solidão
II.
Partir a solidão no meio
Dar as duas metades
Suas solitárias companhias
Dar a suas companhias
duas solitárias metades
III. O gosto sólido de esqueleto de nuvem jovem linda e só/lida Solidão
IV.
Solidão-te
Solidoam
V.
A materialidade
sem peso
deste apanhado de faltas/falhas
doa uma fome de
lados
Fuzilados:
esses vagos espaços
que ninguém com/segue
preencher.
VI.
Nossa solidão
nos une como sombra
mas não melhora em nada
a nossa falta de companhia.
VII.
A solidão dobra o tempo
e o quebra no contorno de uma
Sórdida sede
de sentir e ver
os vastos vícios
de quem tenta dormir.
VIII.
POEMA CENSURADO
IX.
Solidão oceânica
que traz uma
constante falta de
sede.
– é preciso beber até o sal dos dedos.
X .
Uma área vazia
hospeda sempre
a possibilidade de coisas
Uma área cheia
hospeda sempre
a solidão das coisas.
XI. Só lida solidão: Vasto espaço raso e
sem alguém: rasgue-se em cem.
XII.
Pesa
essa lentidão –
o lábio tenta beijar o horizonte
a boca,
não.
Estudo feito para a 3ª edição da revista Carnavalhame, 2019. Para ler lá na revista, clique aqui.
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