não procure teu nome
em nenhuma linha
em nem uma agulha
não fecunde tua sombra
com luz
mas
com noite
assim teu corpo terá a
extensão
do infinito
não procure teu nome
no galho
no tronco
no tórax
no escombro
não procure
esqueça que há
coisas a serem procuradas
esqueça que as coisas tem sentido -
tudo vibra, querida
deixa de lado
essas arestas
e se preencha com as lacunas
geométricas
de olhos
que olham
pra enxergar
não pra ver
olhos não veem nada
mas vem com
tantas letras
deixa de querer
dar nome
no todo
e comece um movimento
desenfreado
de desnomear
sem teu nome,
que te sobra?
tudo!
sem o nome do que faz,
que te sobra fazer?
tudo!
sem o nome de onde mora,
que te sobra pra dormir?
tudo!
desnomeia
desnomeia
desnomeia
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