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livro

Manifesto da Manifesta é um livro-objeto de poemas. Dividido em cinco partes, as páginas do manifesto final são destacáveis e pode se fazer o que quiser com elas.

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MANIFESTO DA

MANIFESTA

Editores: Elaine Caniato e Ramon Carlini
Capa: Elaine Caniato - sobre fotografias de Luiz Marchetti.
Foto orelha: Elizabeth Othon
Revisão: Marta Cocco

Páginas: 144

ISBN 978-85-8009-233-2

Gênero: Poesia

Lançamento:  Academia Mato-Grossense de Letras, agosto, 2018 / Livraria Patuscada, São Paulo,SP, setembro, 2018 / Congresso Poéticas de Proximidade UFMT, novembro, 2018  / FLIPOC, Feira Literária de Poconé, novembro 2018 / Casario, Rondonópolis, MT, dezembro, 2018.

  Em Manifesto da manifesta, a poesia ganha contornos de um lirismo político que leva a existência e suas manifestações a um limite em que linguagem e estrutura se tornam um desafio para o poeta. Na verdade, um desafio para a inquietação do poeta. Um risco calculado e laborado, mas que não se furta a render-se a uma ou outra pulsão.

 

     Dividido em cinco partes, a poesia manifesta afronta a lei, brinca com o espaço do formato livro. Os poemas são mínimos, alguns outros mais extensos, não se apegam a formatação alguma, criam nuances em que expandem vivências que estão a ponto de explodir ou de se calar. Mas não se calam. Fazem ecoar um grito de greve geral contra as opressões, as angústias artificiais, ao que engendra interdições à poesia e a favor de tudo que nos revele/transforme, seja autoafirmação e gosto da presença do Outro.  Em Caio Ribeiro, a esperança é um coração indomável. 

  E retornando ao lirismo político. E para essa composição não faltam beleza e veemência. O poeta se abre para o mundo, em imagens, palavras e sons que podem ser colhidos e reverberado por aquela/aquele que lê. E o fazer poético já é um fazer político, um retumbante eco de nossos desejos de ultrapassar cubículos e partilhar toda sorte de experiência. Até mesmo a solidão que nos contagia. Peripécia da qual o poema é capaz.

     Se Antonin Artaud nos disse que “Ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou, construiu ou inventou senão para sair do inferno”, Caio Ribeiro nos mostra que o paraíso é promessa realizável. Ainda que alcançá-lo seja um convite para um novo movimento para encontrá-lo.

Wuldson Marcelo,
escritor e roteirista

     Manifesto da Manifesta põe em movimento desfazimentos e sensações.

Aqui, as palavras são entes viventes que querem se despir de um sentido obrigatório, despregar-se do quadrante das páginas, romper a insígnia da poesia, decolar para fora do livro.  

    Há um convite-desafio proposto pelo autor: “as páginas serão destacáveis” faça “o que quiser com elas”. Retire, encontre, cole, use. Há uma soltura em jogar com o encadeamento das frases, com o movimento da forma gráfica na sequencialidade das páginas, com a repetição desajustada de morfemas, palavras e rimas.

    Capítulo a capítulo, uma inconstância nos empurra, pretensamente e sem recato, para um espaço de flutuação. Lá, nesse espaço, tomam voz diversos temas, gritos e “nãos” que lucidamente se contradizem, que dão visualidade sem tatuar.

     Se a forma não basta, se o sentido não basta, por entre essas costuras, a obra vai tecendo outro fio, trazendo o experiencial. Criando instantes e propondo vivências de intensidades, nas quais devemos imergir como corpos aprendizes desatando, nó por nó, nós mesmo.

Ângela Coradini

Escritora e Cineasta

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